Eco-bairros. Vilas Beatriz, Ida e Jataí e um novo jeito de ser na cidade
Chego ali e o ar enche meus olhos de verde. Sinto vontade de descer e sentar sob uma árvore. A sombra cinza da cidade fica mais colorida e, atravessando a ponte, vejo um rio pedindo para viver. Mas o dia está sempre corrido, então acelero. Depois da praça, desço os vidros e sinto uma segurança rara. A realidade faz uma pausa quando vou por aquele caminho.
Agora descobri que há algo diferente por ali, algo que envolve os vizinhos, o comércio, as crianças, todos em busca de um outro sentido de morar.
A folha seca deixou de ser varrida e encontrou o seu propósito, próxima à raiz da árvore. Os alimentos perdidos são compostados e encontram seu lugar na horta. Ouvir as necessidades de um bairro, é escutar o que antes era rejeitado em sacos pretos de lixo.
Muitos não sabem como começar, muita gente prefere nem se mexer, já os moradores dos eco-bairros aprendem, juntos, a valorizar cada detalhe de suas ruas e mostram que é possível ir mudando a cidade, território a território.
Da próxima vez que eu fizer esse trajeto, já prometi! Vou sair do carro e descansar embaixo das árvores, vou respirar bem fundo, e sentir o contorno desse novo jeito de viver a cidade.
Quero ir para o trabalho cheirando a gente que transforma barulho em canto de passarinho!
Casa Causa por Elaine Santos dos Narradores Afetivos – Escritores garimpando conteúdos com sentido.
*Conteúdo inspirado na fala da Dra. Thais Mauad, representante dos eco-bairros (Vilas Jataí, Ida e Beatriz) – FÓRUM LIXO ZERO / 2018
Para saber mais, você pode ler a reportagem do Estadão que mostra diversas estratégias dos moradores para blindar nascentes e aumentar a permeabilidade do solo, por exemplo.