“Migrar: mover-se de uma região a outra; sair em busca do sonho, da prosperidade, de alternativas ou, na falta de todos eles, partir. Nesse movimento, homem e destino se constroem continuamente, reelaborando práticas, afetos e identidades” – a própria definição do verbo migrar, encontrada logo na entrada do Museu da Imigração, na Mooca, ilustra bem o movimento, as expectativas e o desfecho presentes na concepção e na criação do Cantina SP. O charmoso café, responsável por dar as boas-vindas aos visitantes do museu, é resultado dos deslocamentos de bike de Ivon, um dos sócios da casa (afetivamente chamado de Juninho), pelos bairros da capital paulista.
Como um degredado deixando para trás sua terra natal, Juninho partia em busca da felicidade nos cafés que ouvia falar ou que lia a respeito. E, como um marinheiro aldaz, quanto mais longe o local de destino, melhor. Paladar ao vento, singrava ruas em sua bicicleta, ávido por sabores e aromas novos. Assim desenvolveu um gosto especial por desvendar cantos e segredos da cidade em busca do café ideal. Involuntariamente, ou bem lá no fundo do inconsciente, essas andanças refinavam o gosto do moço, alimentando o sonho de um dia tornar-se barista e possuir sua própria cafeteria.
Oportunidade que veio logo em seguida das mãos do amigo, e hoje sócio, Fellipe Zanuto, chef descendente de italianos, responsável por saciar fomes d’além-mar com clássicos da culinária imigrante à frente do Restaurante Hospedaria, também na Mooca. Como num reencontro de histórias e memórias, diante de toda a simbologia presente no Museu da Imigração, a dupla se jogou de corpo e alma na Terra Prometida do mundo dos cafés especiais. Assim, atento à procedência dos grãos, à qualidade da matéria-prima e à excelência no atendimento, nasceu o Cantina SP. Com paredes de tijolos aparentes, demonstrando que, onde quer que seja, a vida é uma construção delicada, e decorado elegantemente com móveis e objetos antigos, repletos de memórias e sentimentalidades, o café invoca o lado lúdico do significado da palavra cantina, cuja essência é servir bebidas e alimentos aos membros de uma coletividade. E aqui, coletividade rima com afetividade, tempo e respeito.
Instalado nos convidativos lounges internos ou apreciando a vista do jardim do museu, nas mesas externas, o público pode desfrutar dos cafés, drinks, comes e brunches especiais servidos na casa, com destaque para o homônimo Cantina – pão artesanal, linguiça, ovos e cogumelos – servido aos sábados, domingos e feriados.
Rua Visconde de Parnaíba, 1316 – Mooca (dentro do Museu da Imigração)
www.cantinasp.com.br
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