Por Carolina Ribeiro*
A Sociedade Vegetariana Brasileira anunciou em maio de 2018 que nos últimos seis anos o número de pessoas adeptas ao veganismo dobrou, no Brasil, que é um dos países com mais adeptos, representam quase 8% da população. Vegan é a o estilo de vida no qual se consome a menor quantidade possível de produtos que afetam o animais, mas vai muito além dos bichos. Esse estilo se preocupa direta e indiretamente com questões sociais e ambientais fazendo com que seus adeptos façam escolhas mais responsáveis.
De acordo com a American Vegan Society, uma das primeiras associações veganas do mundo, o veganismo está diretamente relacionado com evitar a crueldade animal. Essa é a principal razão pela qual seus adeptos são consumidores conscientes, pois precisam enxergar através do produto sua fabricação e sua matéria prima para ver se está adequada para o consumo deles. Apesar do elemento inicial ser a proteção dos bichos, o veganismo já é indicado pelo Ministério da Saúde brasileiro como uma forma de alimentação saudável e que é dispensável o complemento nutricional de produtos não vegetais, fazendo esse estilo de vida salvar mais do que os animais.
O PNUMA , Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, afirmou em 2013 que a alimentação vegana é a recomendada para a proteção da natureza. A conclusão foi feita a partir de estudos e neles era perceptível que o constante aumento de consumo de carne e laticínios é inviável à longo prazo pela sobrecarga que isso trará ao planeta, principalmente pelo gasto de água e espaço limitados na Terra. Para cada quilo de carne se gasta mais de 15 mil litros de água, e cada quilo de soja, para a produção de ração, se gasta dois mil litros de água. Com novas tecnologias, a agricultura pode diminuir mais seu gasto com novas formas de irrigação, tornará ainda maior a diferença no impacto que a carne produz em relação às plantações.
A alimentação, um ato cotidiano e que passa despercebido normalmente, é uma constante ação política. Para os veganos manter essas indústrias que se utilizam da crueldade animal não faz sentido serem sustentadas, então selecionar e sempre estar atentos ao que compram fazem parte da sua rotina. A procedência e qualidade fazem diferença na proteção dos animais: o boicote no consumo às indústrias que apoiam ou utilizam a morte, o ativismo em mostrar o veganismo como uma alternativa viável, o voto em políticos que não incentivem caça nem rodeios. São várias pequenas mudanças que fazem a diferença, e cada vida conta.
O veganismo é uma alternativa para a preservação do planeta, é a maneira mais responsável de consumo e que realmente valoriza a vida. O aumento de adeptos a esse movimento mostra que existem mais pessoas se tornando conscientes, e consequentemente diminuindo uma cadeia de elementos prejudiciais para si mesmo e para o mundo. Essa é a melhor alternativa para existir um futuro pois a preservação ambiental não é uma opção, é uma necessidade.
* Carolina Ribeiro escreve como colaboradora do Desacelera SP. Os textos são de sua autoria e não refletem necessariamente o pensamento da nossa iniciativa.